domingo, 8 de maio de 2011

Loucura!!

“A vida é uma prova de obstáculos…” alguém um dia escreveu isto num momento de tristeza. De uma tristeza profunda em que os obstáculos que lhe apareciam, pareciam não ter fim.

Um fim sem fim à vista.

Todo o seu mundo se desmoronou e talvez ai a vida lhe parecesse dura e cruel… é verdade por vezes encaramos a nossa vida como a vida dos outros, vivemos em função da felicidade dos outros e esquecemo-nos de nos cuidar de lutar por nós, pelo infinito do nosso ser. É triste chegar á conclusão de que a crua realidade da nossa essência é uma existência fingida governada pelo parecer dos outros, governada pelo medo de magoar alguém querido, governado pelo fim…

Mais triste é perceber que esse fim que tanto nos magoa, é um fim fingido, um obstáculo cujo seu fim está ali bem diante dos nossos olhos, mas o receio de fraquejar é tanto que não o conseguimos ver, o medo de viver … quem tem medo de viver? Eu, tu, ele? Todos nós temos medo de viver por isso mesmo é que necessitamos de viver o viver fingido, governado pelo parecer dos outros, governado pelo medo de magoar alguém, governado pelo fim.

Interessante não é? A vida é uma prova de obstáculos, com um fim sem fim à vista.

Esse fim infinito que tanto nos assombra é afinal a vida, a nossa vida e nela irá existir muitos obstáculos, uns que magoam mais que os outros… mas o que não nos mata torna-nos mais fortes, e quando olharmos para trás e nos vermos libertos da vida fingida governada por outros iremos admirar cada um dos obstáculos que conseguimos ultrapassar, com orgulho de sermos nós próprios, a dura e crua essência do nosso ser, da nossa simples existência.

Que loucura a minha pensar que posso escrever…

Ou será apenas o medo fingido de mais um obstáculo sem fim…um fim sem fim à vista.

Interrogo-me tantas vezes porque é que faço isto. Porque é que escrevo quando não estou bem, escrever dá-me gozo, não deveria ser um hobbie. Talvez seja loucura ou talvez não. Gostava de escrever um livro, mas se o fizer entro em depressão, ou separo-me. Já imaginaram o que é arranjar problemas para poder escrever, é de loucos não é? Se calhar é isso sou louca e ainda ninguém descobriu, a verdade é que ultimamente sinto-me louca, com pouco juízo, a minha cabeça não para de andar à roda… sinto-me… nem eu bem sei o que sinto tanta é a confusão que se instalou no meu cérebro… o cérebro não deveria existir faz-nos pensar e repensar, e muitas vezes leva-nos ao desespero de alguém cujo sonho se destruiu. Gostava de ser criança outra vez, é tão genuíno, tão bom… sim gostaria de ser criança outra vez e ocupar o meu cérebro com a boneca que vou receber no Natal, a minha maior preocupação… será que me portei o suficientemente bem para o pai natal me dar aquela boneca que tanto adoro? Não, não é por isso que quero ser criança outra vez, quem quero eu enganar, o que quero mesmo é poder sentir o conforto dos braços de minha mãe que com um doce murmúrio diz que me ama. Sinto a falta dela, tanta falta dela. O que eu queria na realidade era poder deitar a cabeça no seu ombro e chorar, chorar tudo o que tenho para chorar… gostaria de ser criança digo eu. Eu sou criança, e sempre o serei porque sei que ela está lá para me apoiar, para me amar, para me dizer que tudo vai correr bem. Para poder ouvir o optimismo de mãe que tanta falta me faz.

O que farei eu quando ela me faltar?


21.03.2007

Sónia Lopes

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